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Amazônia, Pará, Brazil
Gestor Ambiental, Técnico em Pesca e Aquicultura, com experiência em pesca artesanal continental, estuarina e litorânea. Trabalhou no Departamento de Ictiologia do Museu Paraense Emílio Goeldi (convênio, FINEP/IBAMA/MPEG/CNPq); no Projeto de Manejo dos Recursos Naturais da Várzea, Sub Projeto Estatística Pesqueira, do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil do Ministério do Meio Ambiente (conv. MMA/FADESP/UFPA); no Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM / WWF) e foi colaborador na Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Medicina e Segurança do Trabalho (FUNDACENTRO-Pará / Mistério do Trabalho e Emprego.). Atualmente é Extensionista Rural da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará – EMATER.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A SECA DE 2005 NA AMAZÔNIA



Por Nadson Silva Oliveira

 Para quem não esteve na Amazônia nos três últimos meses que finalizaram o ano de 2005, é impossível imaginar as secas dos seus volumosos rios. Os pescadores dessa região, já mais imaginaram que um dia poderiam atravessar caminhando os leitos de muitos rios. Mas para os ecologistas que vivem de perto o drama da floresta amazônica, acreditam que o único e exclusivo culpado por esses recentes fenômenos são as intensas queimadas na região. Para muitos é inacreditável e inaceitável que o homem “moderno” está sendo capaz de transformar em tão pouco tempo a paisagem da floresta Amazônica.

A seca ocorrida nos meses de setembro, outubro e novembro (ano de 2005), período considerado de verão em toda região norte do Brasil, foi responsável pela maior vazante dos rios Solimões e Amazonas. Foi considerada pela Administração de Hidrovias da Amazônia Oriental (AHIMOC) como a maior dos últimos dez anos. De acordo com dados do Instituto de Meteorologia do Peru, o volume do rio Amazonas caiu pela metade. Tem morador que afirma que nunca presenciou uma seca tão forte como essa. “Esse é o troco que a natureza está devolvendo para o homem”, palavra de seu Antônio, dono de flutuante em Manaus. 

As prefeituras dos municípios de Manaquiri, Caapiranga, Nova Olinda do Norte e Itapiranga, todas no Estado do Amazonas, anunciaram Estado de Calamidade Pública, no mês de outubro. No início de novembro, mais 16 municípios entraram em estado de alerta.
A situação nas comunidades do município de Nhamundá, na divisa do Amazonas com o Pará, também foi dramática, dezenas delas ficaram isoladas e sua principal fonte de alimento, o peixe, estavam morrendo. Varias comunidades na região de Santarém, oestes do Pará também ficaram sem água e alimento. As escolas tiveram seu ano letivo encerrado pela dificuldade de navegação.

A seca mudou o cenário maravilhoso dos rios da Amazônia. O odor provocado pela decomposição de milhares de peixes a beira dos rios era sentido por toda parte. Mas houve quem ainda festejou esta rigorosa seca, pelo menos nos primeiros meses, pois, com a dificuldade de navegação para a maioria das embarcações de pesca (geleiras), que praticam os arrastos das famosas redinhas de cercos, os pequenos pescadores artesanais e de subsistência tomaram contam do rio Solimões, e em pouco tempo enchiam suas canoas de peixes, principalmente com espécies (Bodó/Acari, Arraias, Piranhas e outros) mais resistente à baixa de oxigênio dissolvido na água.

Uma das maiores secas que já atingiram a Região Amazônica, pode não ter sido provocada pelo fenômeno climático El Niño como se supunha até agora, mas pelas altas temperaturas verificadas no oceano Atlântico tropical Norte. A conclusão é do cientista José Marengo, ligado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE, e que foi destaque na “Philosophical Transactions”, periódico científico da Royal Society, uma das mais respeitadas instituições científicas do mundo.

Texto: Nadson Silva Oliveira (Direitos reservados/resumo do texto principal).
Local e data: Manaus, Nov/2005
Imagem: Diario verde

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

ARAGUAIA_TOCANTINS


PESC A ARTESANAL


                     Bacia Hidrográfica do Tocantins abrange os estados de Goiás, Tocantins, Pará, Maranhão, Mato Grosso e o Distrito Federal. Grande parte situa-se na região Centro-Oeste, desde as nascentes dos rios Araguaia e Tocantins até a sua confluência, e daí, para jusante, adentra na Região Norte pelo Estado do Pará, nas proximidades do município de Bom Jesus do Tocantins e São João do Araguaia, próximo do famoso Bico do Papagaio, até a sua foz no rio Pará. Seus principais tributários são, Araguaia e Itacaiúnas, também considerados grandes pólos da pesca esportiva e comercial.
A construção da barragem da UHE de Tucuruí entre o médio e baixo Tocantins provocou uma grande mudança na vida aquática desse imenso pesqueiro. Provavelmente, a mais profunda modificação ambiental já vista nos rios da Amazônia. Quem ficou a montante, perdeu espécie que faziam migrações rio acima como, dourada e filhote, porém, foram contemplados pela abundância de espécies como, Curimatá, Mapará, Jaraqui, Caranha e Tucunaré, que se reproduziram e  espalharam-se pelo imenso lago formado pela barragem, uma área de 3.000 km² (ELETRONORTE). Responsável pela formação do maior lago artificial do País. Tornando os municípios de Tucuruí, Breu Branco, Jacundá, Itupiranga e Marabá como a mais nova área de pesca da Amazônia sejam de caráter comercial como esportiva. Enquanto que os municípios à jusante como, Baião, Mocajuba, Cametá, Limoeiro do Ajuru e Abaetetuba, deixaram de ter em suas redes e anzóis os peixes  que desciam no verão, depois das longas migrações para procriação e engorda no início do inverno amazônico.
Cerca de 70% da produção de pescado, do trecho entre a barragem e o município de Marabá, no estado do Pará é destinado ao mercado maranhense.

A pesca que acontece no baixo Araguaia, na divisa entre o Pará e o Estado do Tocantins, é semelhante em quase todos os aspectos do baixo e médio rio Tocantins: espécies, embarcações, apetrechos e modo de comercialização. Também tem potencialidade para a pesca esportiva, já sendo realizados vários torneios de pesca nos municípios que margeiam esse rio, tanto no Estado do Pará e como no Tocantins.
As principais espécies comerciais de região são: Acará, Acari, Branquinha, Caranha, Curimatá, Jaraqui, Mapará, Cachorra, Jaú, Pacu, Pirarara, Pescada Branca, Surubim, Tambaqui, Tucunaré.

Texto e Imagem: Nadson Silva Oliveira  (direitos reservados/resumo do texto principal)

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

RIO AMAZONAS



ICTIO_FAUNA

A água do Rio Amazonas é de fundamental importância para um dos maiores habitat de vida aquática do mundo.  Nos principais afluentes, Juruá, Negro, Madeira, Purus, Trombetas, Tapajós e Xingu, deságuam centenas de tributários que são abastecidos por chuvas diárias, através de cursos d´agua e canais fluviais, formando o maior rio do mundo em vazão e agora em extensão.

Esse rio nasce nas cordilheiras dos Andes no Peru, com o nome de Vilcanota e quando adentra na Amazônia brasileira, recebe o nome de Solimões, até o encontro com o rio Negro, na cidade de Manaus. Daí para baixo recebe o nome de Amazonas. Percorrem cerca de 7.000 km para formar o estuário mais rico em nutrientes do Brasil.

 Basta um lance de uma pequena tarrafa ou rede malhadeira, para nos dar uma idéia da abundância de peixes que ainda existe nesse rio. Há mais de 2.000 espécies conhecidas e acredita-se que existam mais de mil a serem descobertas, nesse grande mar de água doce.

                A ictiofauna adaptou-se a diferentes partes desse rio. Os grandes bagres: dourada, surubim, caparari, Piramutaba, Pirarara e Piraíba, por exemplo, preferem viver próximo ao fundo. Tem o ventre achatado para que possa deslizar nos leitos dos rios à procura de alimentos. O elegante Aruanã possui o corpo que facilita seus movimentos e pulos, para alcançar a preza. O espetacular e saboroso tambaqui prefere as várzeas (florestas inundadas), onde encontra seu principal alimento, os frutos / sementes.  As temíveis piranhas nadam em grandes cardumes a procura de alimentos e quando encontram, destroem a preza em poucos minutos, através de terríveis ataques. 

Os recursos pesqueiros existentes nesse paraíso chamado Amazônia encontram-se ameaçados pelos manejos incorretos, provocados pela a ação predatória do homem. Suas riquezas de biodiversidade vêm sendo colocadas em risco pela ausência de conhecimento. Nesta região estão incluídas áreas de extrema importância para a manutenção da vida aquática do norte do País, as matas de várzea, o litoral atlântico do Estado do Amapá, o golfão amazônico, a baia do Marajó e a costa atlântica do Estado do Pará, pois, são espaços responsáveis pela reprodução e alimentação da maioria das espécies de peixes de água doce, salobra e salgada.



Após os estudos coordenados pelo Instituto Geográfico Nacional do Peru (IGN) com participação do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), foi possível concluir que a nascente do Rio Amazonas fica na região do nevado Mismi, uma montanha ao sul do Peru, e não no monte Huagra, mais ao norte daquele país, como os geógrafos pensavam na década de 1960.





Texto: Nadson Silva Oliveira (direito reservado/resumo do texto original)
Imagem: Google