As cavalhadas acontecem nas festividades rurais do município de Bragança, há décadas, principalmente nas regiões dos campos alagados, onde o equino foi o único meio de transporte durante centenas de anos. Visam atingir a disputa sadia entre amigos e produtores rurais e a valorização da cultura e costumes locais em consonância com a conservação dos recursos naturais. Mas a cavalhada que a Igreja promoveu no período medieval, foi a luta entre cristãos e mouros, dramatizadas com grandes festejos e difundidas entre os senhores das terras, os grandes fazendeiros, que apresentavam os animais enfeitados, numa festa de sedas e veludos. No Brasil, registram-se desde o século XVII.
Apesar de o baixo poder econômico dos cavaleiros Bragantinos, ainda se ver o entusiasmo com a exibição de seus animais bem nutridos e enfeitados para o público presente. As cavalhadas que se realizam em Bragança no estado do Pará nem sempre se ajustam às regras da cavalaria clássica. Variam muito, dependendo das regiões, quanto ao estilo, número de participantes e trajes. Contudo, os tradicionais personagens que são os agricultores, pequenos pecuaristas e simpatizantes urbanos nunca faltam e sempre aparecem em grande estilo, acompanhados de seus familiares. Sua apresentação é comum durante o círio de Nossa Senhora de Nazaré, São Benedito e outras festas oficiais e religiosas que acontecem na região e sempre finalizam em uma grande festa de confraternização regada com muito churrasco e bebidas.
A cavalhada começa com a "retirada das argolas". É colocada uma argolinha numa trave ou poste. Os cavaleiros devem retirar a argolinha com a ponta de uma lança ou um pequeno pedaço de madeira, no momento em que o cavalo passar a galope embaixo do poste. Atualmente esse ato cultural vem ganhando a simpatia da população urbana do município, e a exemplo disso, no dia 13/11/2011 aconteceu à primeira cavalhada realizada no bairro do Perpéttuo Socorro nas proximidades da mata do lobão sede do município. E teve como anfitrião o jovem Ivamarildo Ferreira Costa, mas conhecido como Chapeuzinho de Couro, um verdadeiro apaixonado pela cultura do homem do campo que está presente em todos os eventos da região bragantina. E no final confraternizou com os familiares, amigos e patrocinadores com muito churrasco, bebidas e musica ao vivo na própria residência.
Não devemos esquecer que ao contrário da cavalhada, a CALVAGADA é apenas um passeio realizado por um grupo de amigos de cavaleiros. Uma cavalgada pode ser realizada por motivos religiosos, ecológicos, cívicos ou para simples diversão, esse hábito é realizado por pessoas em todo o mundo.
Texto: Nadson Oliveira
Fotos: Tatiane baldez e Paulo Santos