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Amazônia, Pará, Brazil
Gestor Ambiental, Técnico em Pesca e Aquicultura, com experiência em pesca artesanal continental, estuarina e litorânea. Trabalhou no Departamento de Ictiologia do Museu Paraense Emílio Goeldi (convênio, FINEP/IBAMA/MPEG/CNPq); no Projeto de Manejo dos Recursos Naturais da Várzea, Sub Projeto Estatística Pesqueira, do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil do Ministério do Meio Ambiente (conv. MMA/FADESP/UFPA); no Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM / WWF) e foi colaborador na Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Medicina e Segurança do Trabalho (FUNDACENTRO-Pará / Mistério do Trabalho e Emprego.). Atualmente é Extensionista Rural da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará – EMATER.

domingo, 2 de outubro de 2011

Estudo mostra o futuro drástico dos igarapés da Amazônia.

Os processos de urbanização de forma desordenada têm tido um papel fundamental nos danos ambientais ocorridos nas cidades. O rápido crescimento causa uma pressão significativa sobre o meio físico urbano, com conseqüências como: poluição atmosférica, do solo, das águas, deslizamentos, inundações, etc., culminando em um cenário onde as aglomerações possuem altos índices de ocupação informal, carente de infra-estrutura e serviços, caracterizando os assim chamados assentamentos urbanos precários. No município de Itupiranga uns dos principais vetores de pressão sobre o meio ambiente é a ocupação irregular e as pastagens em áreas que deveriam ser de preservação permanente, incluindo nestas as margens dos igarapés. Nestas áreas tem-se o Igarapé da Cigana, importante afluente local do Rio Tocantins. Este igarapé, como tantos outros da região, apresenta problemas de poluição e ocupação irregular sendo, portanto de extremo interesse o levantamento do quadro atual do uso e ocupação do solo ao longo deste.

Devido à falta de moradia e até mesmo o interesse econômico, no Município de Itupiranga, vem acontecendo invasões em APPs, sendo que essas áreas são de extrema importância para a manutenção dos mananciais que existem na região, por apresentar grande número de nascente as quais fazem parte da microbacia do Igarapé da Cigana, importe afluente da margem esquerda do rio Tocantins. Cerca de 200 famílias, no final do ano de 2008, passaram ocupar uma grande área, a qual engloba a mata ciliar desse rio, e construíram suas moradias (assentamento precários) nas faixas marginais dos cursos d’água, áreas consideradas de preservação permanente, causando uma pressão significativa. Esta ocupação acarretou na retirada da vegetação arbórea nativa, deixando os cílios do igarapé desprotegido, levando ao assoreamento e futuras inundações no período chuvoso.

As APPs localizadas ao redor das nascentes e cursos d’água têm função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade. Descritas no artigo 2° e 3° do Código Florestal, lei n°. 4.771/65, estas áreas, independente de estarem ou não revestidas com vegetação nativa, pública ou privadas, resguardam amostras significativas de ambientes naturais, características que devem ser perpetuadas e por tanto, não podem ter nenhum tipo de exploração dos recursos naturais.
Os peixes de pequenos igarapés possuem um grande atrelamento com as matas ciliares (APPs), tanto para a obtenção de alimentos, como insetos e frutos que caem na água, quanto para obtenção de proteção e abrigo, fornecido pelas folhas, galhos e troncos. Nos córregos e pequenos igarapés existem uma enorme quantidade de espécies de pequeno porte e também de alevinos.
Nadson Silva Oliveira
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
2009

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